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Asas de Leonardo




Rodrigo de Souza Leão realizou a entrevista publicada no site Germina:

http://www.germinaliteratura.com.br/pcruzadas_abril.htm
(pequeno fragmento)



RL - O que nunca virará poesia?

BL - O ódio, a barbárie, a prepotência. Não dá para poetizar isto. Mas o que este mal produz, acaba sendo registrado em versos, sim. Li os poemas de Mahmoud Darwich, poeta palestino que vive em Ramallah. A literatura tem este poder, a poesia, fundamentalmente, de falar com beleza da própria tragédia. Mesmo que seja aquele confronto que eu disse há pouco, mesmo que seja uma luta do poeta, uma indignação, um protesto. Por isto eu creio que a poesia está em toda a parte, e se perpetua quando um olhar capta o instante do poema e o registra.

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Bem-te-vi

. Ramagem arranha janela. Sonho:Aeroporto fantasma. Espíritos de náufragos do Titanic. Ku Klux Klan ateando fogo ao enforcado. Sequência horripilante: A mulher sem olhos na cama, entre lençóis úmidos de chuva. Acordo com o bem-te-vi na manhã de sol na mesma paisagem. Bárbara Lia  in  O sorriso de Leonardo imagem: Edvard Munch

O sorriso de Leonardo - Bárbara Lia

"O sorriso de Leonardo", meu primeiro livro publicado conta com pouquíssimos poemas em um diálogo com Leonardo Da Vinci e com a vida ao redor. Evoca o crepúsculo que Lezama Lima trouxe ao falar de um poeta de Cuba (Zenea), em seu livro Paradiso. Fala das mulheres livres... Mar & Voos. "O sorriso de Leonardo" foi publicado em 2004 - formato de livro de bolso - com 14 Poesias - pela Kafka Edições Baratas.

MAÕS DE ABRIR NUVENS

Leonardo Da Vinci - Estudo de mãos femininas . Ter mãos de abrir nuvens Romper o velcro de baunilha E espiar Dentro a catedral Dos sonhos Um rito de encanto Crianças e lagos E mapas emaranhados A Sexta Avenida Deságua no Eufrates E as barcas cruzam De Bagdad ao Mojave As mãos se enlaçam Negras brancas Amarelas azuis. Ter mãos de abrir nuvens Descobrir a alma de neve E perfume Que se fazem Pássaros Camelos Bailarinas. Quem possui mãos de abrir nuvens? Quem rega pedras E pesca pássaros Em tempestades E ancora no alto Da montanha mais alta Suas caravelas. Quiçá Penélope, Sem manto, grilhões e espera. A abrir nuvens Além da torre de concreto Em pleno azul Entre a brancura espumada. Mãos de mulher livre A abrir o velcro Da humanidade encantada. Bárbara Lia O sorriso de Leonardo páginas 6/7